Eluana Englaro

Eluana Englaro (Lecco, 25 de Novembro de 1970 - Udine, 9 de fevereiro de 2009) foi uma mulher italiana que entrou em estado vegetativo irreversível a 18 de Janeiro de 1992, na sequência de um acidente de carro e, posteriormente, tornou-se o foco de uma batalha judicial entre apoiantes e opositores da eutanásia. Pouco depois de Eluana ter sido mantida em suporte artificial de vida, o seu pai pediu que o tubo de alimentação fosse removido para permitir que esta morresse naturalmente. As autoridades inicialmente recusaram o seu pedido, mas a decisão foi alterada.

 

Julgamento e decisão

Há mais de uma década que a família de Eluana Englaro lutava para que a justiça italiana permitisse a sua morte, autorização que nunca tinha sido dada em Itália, um dos países com mais influências católicas.

O caso foi debatido em audiência a pedido do pai. Foi negado tanto em Dezembro de 1999 pelo Tribunal de Apelação de Milão e como em Abril de 2005 pelo Tribunal de Cassação. O pedido de um novo julgamento foi concedido pelo Tribunal de Cassação em 16 de Outubro de 2007.

Passados vários anos, a Audiência Provincial de Milão autorizou, em Julho, que se interrompessem os tratamentos que mantinham viva Eluana mas o Ministério Público recorreu da sentença.

O Alto Tribunal ratificou a decisão da Audiência de Milão e a mulher, segundo a vontade do pai, seu tutor na altura, abandonou a instituição onde se encontrava desde 1994 e foi transferida para uma clínica, onde passou as últimas horas de vida.

A decisão do tribunal sofreu a crítica imediata da Igreja Católica Romana.

 

Dias finais e morte

Beppino Englaro (pai de Eluana), como o próprio afirmou numa das suas raras aparições públicas, esperou até que todos os recursos fossem concedidos antes de ele suspender a alimentação de sua filha. Em Fevereiro de 2009, ela foi transferida para um hospital particular em Udine, Friuli, onde uma equipa médica a assistiu durante os seus últimos dias. Em 6 de Fevereiro de 2009, o primeiro-ministro Silvio Berlusconi emitiu um decreto que teria forçado a continuação da o tratamento de Eluana, mas o Presidente da República recusou-se a assinar o decreto.

Ela morreu às 19:35 em 9 de Fevereiro de 2009 aos 38 anos de idade, depois de estar em um estado vegetativo há 17 anos.