Perspectiva do doente

    As pessoas com doença crónica, e portanto doença incurável em estado terminal, têm naturalmente momentos de desespero, momentos de um sofrimento físico e psíquico muito intenso, mas também há momentos em que vivem a alegria e a felicidade. Estas pessoas lutam dia após dia para viverem um só segundo a mais. Nem sempre um ser humano com uma determinada patologia quer morrer "porque não tem cura"! Muitas vezes acontece o contrário, tentam lutar contra a morte. Contrariando esta tendência de luta a todo o custo, em alguns casos surgem os doentes que realmente estão cansados de viver, que não aguentam mais sentirem-se " um fardo", ou sentirem-se sozinhos, apenas acompanhados por um enorme sofrimento de ordem física, psíquica ou social.

    Nesta altura, quando a morte parece ser a única saída que o doente vislumbra, dever-se-á informar o doente dos efeitos, riscos, dos sentimentos, das reacções que a Eutanásia   comporta, da forma como é ou vai ser praticada. Só assim o doente poderá decidir cuidadosamente e ter a certeza de que é essa a melhor opção. No entanto o doente deve ser sempre acompanhado psicologicamente, a fim de se esclarecer que não sofre de qualquer distúrbio mental, permanente ou temporário, e está capacitado para decidir por si e pela sua vida.